O Renascimento dos psicodélicos LSD e Cogumelo Mágico

Atualmente os centros de pesquisa nos EUA e em todo mundo têm se voltado para criação de programas de reabilitação de drogas. Será que é um problema endêmico de pessoas viciadas buscando tratamento? Não! Os cientistas estão reabilitando as próprias drogas. Com foco em substâncias alteradoras do estado mental, o LSD está ganhando o destaque que perdeu desde a sua proibição.

Se você já leu sobre a história dos psicodélicos, saiba como eles estão voltando com força total

Resultante da sua proibição, o LSD tem sido acompanhado por um estigma negativo durante as últimas décadas, declarado como sendo uma substância de alto potêncial de abuso e vício, foi durante todo esse tempo sendo considerado uma droga sem nenhum benefício medicinal e psiquiátrico. Porém, nos últimos anos, pesquisadores estão resgatando os alucinógenos do limbo para testar novamente a sua eficácia no tratamento das doenças psíquicas, de consicência e espiritualidade. Gradativamente, substâncias psicoativas como as extraídas de cogumelos mágicos, estão ganhando um novo olhar à luz da ciência e deixando de ser um tabu.

Antes de mais nada, analisando a história dos psicodélicos, o uso de substâncias psicoativas têm sido parte da cultura humana das Américas Central e Sul, e até mesmo do Saara, por milhares de anos. E nem é preciso ir tão longe assim, em 1938, Albert Hofmann, na tentativa de sintetizar uma combinação química para combater problemas de circulação, acabou acadentalmente descobrindo o LSD. O laboratório a princípio não teve interesse na substância, e somente 5 anos depois, quando acidentalmente Hofmann absorveu uma pequena dose da substância ele descobriu o seu potencial, tendo assim a primeira viagem de LSD conhecida.

Como o LSD ficou conhecido

Posteriormente, nas décadas de 50 e 60, os pesquisadores exploraram o LSD como uma ferramenta para o tratamento de doenças mentais e alguns vícios.  Até o governo americano teve seu momento com a substância, a CIA testou as possibilidades do ácido como uma poção da verdade, ou talvez como um veículo para o controle da mente, por exemplo. Já o exército quis saber se o LSD poderia ser utilizado para desorientar as tropas inimigas. Porém, a aurora da psicodelia, teve seu auge nos anos 60: a era de aquário, dos hippies anti-guerra, roupas tie-die, grandes festivais e sons psicodélicos. O mundo estava em guerra e o LSD combinou perfeitamente bem com a geração que buscava um caminho contrário ao momento caótico. O ácido estava disponível no mercado, os jovens estavam convencidos de que uma sociedade que tivesse psicodélicos à sua disposição, poderia atingir uma consciência elevado.

Nesse mesmo período, Timothy Leary, um psicólogo clínico na Universidade de Harvard, recebeu amostras de LSD e influenciou muitas pessoas a experimentarem também o ácido, se tornando o guru das viagens psicodélicas. “Turn on, tune in, drop out”, era seu lema, Leary era um entusiasta dos poderes dos psicodélicos e seus estudantes e admiradores o seguiam ao pé da letra, por vezes até cometendo alguns excessos. Aqueles que se atinham somente ao estudo da mente humana acreditavam que Leary tinha ido um pouco longe demais, desviando o foco da ciência e passando suas experiências para o campo espiritual. Politicamente, o cenário era perigoso, o governo acreditava que a geração estava se perdendo em um abismo de drogas.

O início do preconceito com os psicodélicos

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Consequentemente, inúmeras histórias foram surgindo, suicídios, assassinatos e outros horrores cometidos por jovens teriam ligação com eles estarem sob efeito de LSD. É claro que nem todas as histórias eram verdadeiras. Naturalmente, as autoridades concluíram que o comportamento perigoso já justificava que eles entrassem em ação.

Resultado: proibições contra LSD e outros alucinógenos, como a psilocibina e a mescalina foram lançadas no Ato de Substâncias Controladas de 1970. Nos anos que se seguiram, em 1980, o MDMA, ou ecstasy se juntou à lista 1 de substâncias controladas que segundo a lei, são as mais perigosas e que não apresentam uso medicinal nenhum. Logo em seguida, as pesquisas científicas dessas substâncias se tornaram escassas. Qualquer tentativa de pesquisa do LSD, que Albert Hofmann nomeou de sua “criança problema”, apresentava um risco a sua carreira de cientista.

A importância da ciência e dos pesquisadores na quebra dos tabus

Somente na última década, entretanto, os psicodélicos estão voltando com força total. Basicamente os cientistas da atualidade estão dando continuidade aos experimentos dos cientistas das décadas de 50 e 60. Eles estão pesquisando o potencial dos alucinógenos no combate ao vício do cigarro, do álcool e de outras drogas. Também estão investindo em pesquisas no combate de dores de caceça, depressão, entre outras desordens, e no tratamento de transtornos como o obsessivo compulsivo e os estresses pós-traumáticos. Diversas instituições de peso estão encabeçando as pesquisas, entre elas estão a New York University, a Johns Hopkins University, a University of California, o Psychiatric University Hospital em Zurique e o Imperial College of London.

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O interesse sobre a psilocibina é crescente na américa e o que contribui para uma mudança de visão sobre a substância é o fato de que os cientistas estão trabalhando legalmente com as pesquisas. A maconha, por exemplo, já é considerada uma substância controlada e já legalizada em alguns estados americanos. A psilocibina e outros alucinógenos, embora não viciantes, permanecem um tabu em todas as partes, sendo necessária uma autorização legal da FDA (Food and Drug Administration) e a aprovação de comitês profissionais para que as substâncias sejam pesquisadas legalmente.

A mudança nos estudos

Atualmente, os experimentos não se assemelham em nada ao uso do ácido dos anos 60. Os pacientes são preparados para experienciar o uso das substâncias e são cautelosamente monitorados. Um dos objetivos mais almejados entre as pesquisas é o alívio da ansiedade profunda e da depressão, doenças que estão em estado crescente entre os jovens da nova geração. Os estudos têm acontecido em pequena escala e os resultados, mesmo que positivos, são preliminares. A ciência ainda tem um grande caminho pela frente, quebrando as barreiras do preconceito, para desvendar todas as possibilidades que os psicodélicos tem a oferecer.

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