Psilocibina pode tratar a depressão

Mais de 180 espécies de cogumelos contendo psilocibina são encontradas em todo o mundo. Quando comidos, podem induzir efeitos alucinógenos, já que a psilocibina é uma chamada pró-droga, o que significa que é convertida no corpo em psilocina, que é a substância química com propriedades psicoativas.  

Algumas doses de psilocibina podem tratar a depressão, mostram estudos publicado em algumas intituições que estão levando adiante o estudo mais profundo da substância. 

Um ensaio clínico conduzido por pesquisadores em Londres foi o primeiro ensaio randomizado a comparar doses terapêuticas de psilocibina – o composto psicodélico encontrado nos chamados cogumelos mágicos – com uma medicação diária. Os resultados foram divulgados no The New England Journal of Medicine. 

“Isso é enorme porque mostra que a psilocibina é pelo menos tão boa – e provavelmente melhor – do que o tratamento padrão para a depressão”, disse Roland Griffiths, diretor do Centro de Pesquisa Psicodélica e de Consciência da Universidade Johns Hopkins, que não esteve envolvido no estudo. 

Outro estudo marcante conduzido pelo Beckley / Imperial Research Program forneceu a primeira evidência clínica da eficácia da psicoterapia assistida por psilocibina no tratamento da depressão, mesmo nos casos em que todos os outros tratamentos falharam.  

A psilocibina foi dada a 20 pacientes com depressão, todos os quais haviam tentado anteriormente pelo menos dois outros métodos de tratamento sem sucesso.  

Os participantes sofriam de depressão por uma média de 18 anos, com gravidade variando de moderada a grave. Cada paciente recebeu duas doses de psilocibina (10 e 25mg) com intervalo de 7 dias, acompanhada de apoio psicológico antes, durante e após cada sessão.  

Eles também foram submetidos a varreduras cerebrais para investigar as bases neurais dos mecanismos de ação da psilocibina na depressão. 

Todos mostraram algumas reduções em seus níveis de depressão em 1 semana pós-tratamento e os efeitos máximos foram observados em 5 semanas, com resultados permanecendo positivos em 3 e 6 meses.  

Embora seja importante notar que este foi um estudo relativamente pequeno, sem grupo de controle, placebo ou ‘cegamento’ (o que significa que os participantes estavam totalmente cientes do que estavam recebendo), os resultados são extremamente encorajadores e confirmam que a psilocibina é segura para administrar a pacientes deprimidos, garantindo mais pesquisas nesta área. 

Pesquisas sobre como os psicodélicos podem ser usados para tratar problemas de saúde mental ainda estão em seus estágios iniciais e muito mais será necessário para determinar se são um tratamento eficaz a longo prazo.  

Também não está claro como o tratamento envolvendo psicodélicos seria usado no mundo real, já que os pacientes devem ser monitorados por horas quando recebem a droga. 

Substâncias como LSD, psilocibina e DMT são mais precisamente chamados de “psicodélicos serotonérgicos” entre a comunidade neurocientífica.  

Fora desse grupo, no entanto, muitas pessoas não pensam nesses compostos como antidepressivos a serem distribuídos por psiquiatras vestindo jalecos brancos. Em vez disso, elas as associam a outras drogas que comumente vemos estampando as manchetes dos telejornais e aos hippies descomprometidos. 

No entanto, muitos pesquisadores já receberam luz verde para iniciar os ensaios clínicos para o uso de DMT, LSD e psilocibina no tratamento da depressão. 

Além disso, os psicodélicos dados em um contexto terapêutico são substâncias puras, criadas por químicos e farmacologistas treinados. As dosagens são, portanto, cuidadosamente calculadas para produzir o efeito terapêutico mínimo necessário. 

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